Especialistas explicam que a reação pode ser causada por uma soma de fatores e que o tratamento dermatológico é importante para evitar anafilaxia. Casos são mais frequentes em mulheres.
Manchas vermelhas pelo corpo, coceira e queimação. Esses foram o sintomas que a gerente de convênios Regiane Macedo teve depois de nadar no lago de Palmas. Segundo especialistas essas reações alérgicas a água são raras e costumam aparecer em mulheres.
No caso de Regiane, os sintomas apareceram horas após voltar do passeio no lago.
“Marcamos um passeio de lancha no lago. Eu e alguns amigos. E quando voltamos, começou uma reação alérgica de madrugada. Eu achava que era coisa normal, tipo quando a gente se coça normal. Mas quando fui ver era uma alergia estourando o meu corpo”, disse.
No dia, a gerente chegou a procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde tomou um antialérgico. Logo depois os sintomas pioraram e ela teve uma reação no olho.
“Eu corri na UPA, me deram mediação eu voltei [para casa]. Eu pensei que estava tudo bem, depois do antialérgico, mas no mesmo dia começou de novo. Só que dessa vez espalhou no corpo inteiro. Mão, pé, no olho. Meu olho ficou inchado”, contou.
O que causa alergia a água?
Reações como essa podem aparecer quando a pessoa tem contato com qualquer tipo de água, seja do mar, piscina, suor e até da água filtrada. A médica dermatologista, Carolina Isac Guimarães, explica que a urticária aguda, irritação com vermelhidão e inchaço, pode estar associada a uma soma de fatores.
“É uma reação de hipersensibilidade. Muitas vezes não é específica a uma coisa só. O mais comum da urticária aguda é essa associação de várias coisas. Então comeu alguma coisa, uma carne de porco, tomou um remédio para dor de cabeça, associado a exposição ao sol, passou um protetor solar, depois entrou na água e comeu pimenta, por exemplo. O paciente não tem alergia isolada a nada disso, mas a associação de todos esses fatores acaba causando a reação”, disse a médica.
A dermatologista também informou que buscar assistência médica é essencial para evitar a anafilaxia. “Uma vez que desencadeia a cascata inflamatória, tem que entrar com a medicação para bloquear aquilo. Lembrando que a urticária pode levar a anafilaxia, que é um quadro grave de alergia”.
Depois do susto, Regiane apresentou melhora e continua com o tratamento dermatológico. “Pensei que ia morrer. Exagerando, mas pensei sim. Pensei: ‘isso aqui está errado, não é assim’. A gente conhece o corpo da gente”.
Durante a temporada de praia é importante redobrar a atenção no surgimento de sintomas. Além disso, outro cuidado que os banhistas precisam ter é sobre as condições da água. No Tocantins, a qualidade da água é monitorada em vários pontos e periodicamente, segundo o diretor de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos do Estado, Aldo Araújo de Azevedo.
“A secretaria faz um monitoramento em 85 pontos do estado medindo 17 parâmetros. Se eu tenho um ponto que estou coletando análise e ela dá uma turbidez elevada, significa que tem um alto poder de sedimento diluído na água. Ela começa a fica avermelhada, uma água turva. Então o estado tem que ir na bacia hidrográfica e recomendar manejo e conservação de solo e água”.